Que seja Justa Toda Forma de Amor

12:40

“Gostaria de ver todos os homossexuais condenados à morte num forno crematório e mesmo assim lamentava que sobrassem as cinzas!” Jornalista,IvanLeal,SP,1986”; “ Depois da união civil, virá a adoção de crianças por parceiros gays , a extinção das palavras pai e mãe, a destruição da família”(Marco Feliciano via twintter,2013). “Entreguei meu documento com o nome masculino na imobiliária e pedi que me chamasse de Viviany porque sou travesti. “A corretora disse que não e que me chamaria pelo nome do documento”. Viviany, 26, São Paulo. “Tatiana Lozano confessou à polícia que matou filho a facadas durante briga. Tio de jovem morto em SP diz que mãe não aceitava homossexualidade” 27 de dezembro de 2016. “Sempre me olham atravessado, no ônibus e no metrô parece que as pessoas têm medo de alguém como eu sentar perto”. Carol Caixeta, São Paulo”.
Ao acordar depois de uma noite muito difícil, ele vai até a ultima gaveta do armário e pega o veneno, ingeri e cai na cozinha. De repente tudo apaga, ele é encontrado por seu pai que desesperadamente o leva para o hospital, salva o, o traz de volta para uma vida de dor por ser quem é. Desde que me entendo por gente escuto em diversos lugares “mulher, macho; viado; bicha, meu filho é homem... escuto ele sendo massacrado pela cidade, ele tão simpático com todo mundo era difamado e ridicularizado. Eu, pequena, me lembro muito bem quando minha mãe chega do trabalho desesperada por ele estar no hospital . Desde sempre imagino essa imagem, essa dor, essa ferida que nunca sarou mesmo passando tanto tempo , ele continua sendo massacrado  por gostar de meninos e por querer ser feliz
E o ódio gratuito por lésbicas, gays, bissexuais ,transexuais e transgêneros é generalizado, é cultural. Desde que o Brasil é um país que a repressão contra os homossexuais é dito como algo correto “traveco, sapata e viado” tem que morrer. “E tal preconceito criminoso é passado de geração para geração como algo banal, correto, em nome da “família tradicional brasileira”, em nome da moral e dos bons costumes”, em nome de “deus”. Em nome disso tudo pessoas são assassinadas com requintes de crueldade esquartejadas, queimadas, dilaceradas e empaladas. Pessoas são vistas como nada somente por expressarem quem são e tudo isso é naturalizado culturalmente como justo. Como se as lésbicas, gays, bissexuais e os travestis não fossem seres humanos, como se fossem bichos prontos para o abate social.
Mesmo sabendo que tal texto é um afronte á determinados pensamentos e ideologias, continuo e afirmo que a orientação sexual de cada individuo não é da conta de ninguém. Lembro-me da fala de minha mãe quando viu uma cena de novela “o tão esperado beijo de Felix e Nico em Amor à vida”, ela que torcia pelo casal disse “melhor cena da novela”, me surpreendi por minha mãe elogiar logo uma cena de novela. Uma expressão de amor retratada numa cena, que é reprimida em todos os meios da sociedade brasileira, mas que naquele instante refleti que uma pessoa só como minha mãe não poderia mudar um preconceito cultural, mas de como era justo que eu faça o chamado trabalho de formiga, que eu ensine á meus possíveis filhos, sobrinhos, colegas e amigos, que é justa toda forma de amor, amor entre homens, mulheres, transexuais, homens e mulheres, mesmo que seja essa, uma fala romantizada, “Consideramos justa toda forma de amor” é isso que deveria importar .


Autora Rosana da Silva Pereira

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